Hepatite E (HEV)

O vírus da hepatite E (HEV) pertence ao gênero Hepevirus, família Hepeviridae. O HEV é um vírus pequeno, não envelopado, formado por uma fita simples de RNA positiva.

Hepatite E, o que é?

A hepatite E é uma infecção causada pelo vírus E da hepatite (HEV). O vírus causa hepatite aguda de curta duração e autolimitada. Na maioria dos casos, é uma doença de caráter benigno. Porém, a hepatite E pode ser grave na gestante e, raramente, causar infecções crônicas em pessoas que tenham algum tipo de imunodeficiência.

Epidemiologia

Estima-se que ocorram cerca de 20 milhões de casos anuais pelo HEV no mundo, com 3,3 milhões de casos sintomáticos (REIN et al., 2012). A hepatite E não tem dados de prevalência significativos no Brasil, mas é muito comum na Ásia e África.

A transmissão fecal-oral favorece a disseminação da infecção nos países em desenvolvimento, nos quais a contaminação dos reservatórios de água mantém a cadeia de transmissão da doença. Os genótipos 1 e 2 do vírus acometem apenas humanos, com transmissão fecal-oral via água contaminada e casos em locais com infraestrutura sanitária frágil. Os genótipos 3 e 4 do HEV causam zoonose, que tem como hospedeiro primário o porco. Esses genótipos predominam em países desenvolvidos e em alguns países em desenvolvimento, como os da América do Sul (genótipo 3).

Formas de transmissão

O vírus da hepatite E é transmitido principalmente pela via fecal-oral e pelo consumo de água contaminada, em locais com infraestrutura sanitária deficiente. Outras formas de transmissão incluem: ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados (por exemplo, fígado de porco); transfusão de produtos sanguíneos infectados; e transmissão vertical de uma mulher grávida para seu bebê.

Quais são os sinais e sintomas?

Geralmente, em adultos jovens, o vírus E causa hepatite aguda de curta duração e autolimitada (2 – 6 semanas), clinicamente indistinguível de outras causas de hepatite viral aguda. Embora a infecção ocorra também em crianças, elas geralmente não têm sintomas, ou apresentam apenas uma doença leve sem icterícia que não é diagnosticada.

Os sinais e sintomas, quando presentes, incluem inicialmente fadiga, mal-estar, febre e dores musculares. Esses sintomas iniciais podem ser seguidos de enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia, presença de urina escura e pele e os olhos amarelados (icterícia).

A hepatite E fulminante ocorre com mais frequência durante a gravidez. As mulheres grávidas com hepatite E, particularmente aquelas no segundo ou terceiro trimestre de gestação, apresentam maior risco de insuficiência hepática aguda, perda fetal e mortalidade. Até 20% a 25% das mulheres grávidas podem morrer se tiverem hepatite E no terceiro trimestre.

Como é o diagnóstico?

O teste para a pesquisa de anticorpos IgM anti-HEV pode ser usado para o diagnóstico da infecção recente pelo HEV. Anticorpos IgG anti-HEV são encontrados desde o início da infecção, com pico entre 30 e 40 dias após a fase aguda da doença, e podem persistir por até 14 anos. A detecção da viremia em amostras de fezes, por RT-PCR, auxilia no diagnóstico dos casos agudos de hepatite E.

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